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Justiça de Mato Grosso mantém show de Ana Castela em Sapezal após ação popular por suposto sobrepreço


Por Jaconias Neto

Justiça de Mato Grosso mantém show de Ana Castela em Sapezal após ação popular por suposto sobrepreço

Nesta quinta-feira (04/09), a Justiça de Mato Grosso rejeitou o pedido de suspensão do show da cantora Ana Castela, agendado para 18 de setembro em Sapezal, dentro das comemorações do aniversário do município. O pedido foi feito em uma ação popular movida por Paulo Marcel Grisoste Santana Barbosa, que alegou sobrepreço no contrato de R$ 950 mil firmado com a empresa Boiadeira Music Ltda.

O autor da ação argumentou que o valor pago pela Prefeitura ultrapassava em R$ 200 mil a média de mercado, com base em contratos firmados pela artista em cidades como Cáceres, Sorriso e Pedra Preta. Além disso, apontou possível irregularidade no processo conduzido por servidora comissionada.

Em sua defesa, a Prefeitura de Sapezal e o prefeito Cláudio Scariote afirmaram que não houve sobrepreço e lembraram que o Ministério Público Estadual já arquivou investigação relacionada (SIMP nº 000544-018/2025). Destacaram ainda que a comparação entre contratos realizados em diferentes contextos não é adequada, pois fatores como turnê, logística e agenda da artista influenciam diretamente no valor do cachê.

O Município ressaltou que os recursos para o evento são provenientes de superávit e que a programação deverá contribuir positivamente para a economia local, especialmente para o comércio e o turismo.

Embora o Ministério Público tenha opinado pelo cancelamento do show, baseando-se no relatório técnico nº 0867/2025 que indicou possível sobrepreço, o juiz substituto Luiz Guilherme Carvalho Guimarães, da Vara Única de Sapezal, decidiu pela manutenção do evento.

Na decisão, o magistrado destacou que não há provas suficientes para caracterizar ilegalidade ou superfaturamento que justifiquem a suspensão imediata do show. Ele observou que as contratações usadas como parâmetro ocorreram em situações distintas, frequentemente dentro de turnês regionais que reduzem custos, enquanto o evento em Sapezal é isolado, o que impacta no valor final.

“O mercado artístico nacional possui características específicas relacionadas à agenda de shows, momento da carreira e logística, o que afasta a verossimilhança de sobrepreço”, afirmou o juiz.

Além disso, ressaltou que suspender o show poderia causar prejuízo irreparável ao município, pois a celebração não poderia ser remarcada. O magistrado também apontou que eventuais irregularidades serão investigadas ao longo do processo, com possibilidade de responsabilização dos envolvidos caso comprovados danos ao erário.

Com a decisão, o show de Ana Castela está confirmado para 18 de setembro. O Município de Sapezal, o prefeito Cláudio Scariote e a empresa Boiadeira Music foram citados para apresentar defesa em até 20 dias. O Ministério Público atuará como fiscal da lei durante o processo.